segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010
Pesquisas Científicas de BANDEIRA, Sâmia Érika A. de C. sobre GEOFOTOGRAFIA em pdf e ppt
sábado, 30 de janeiro de 2010
quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
As mudanças climáticas e suas repercussões sociais e econômicas
BANDEIRA, Sâmia Érika Alves de Caldas
Janeiro 2010
Os desequilíbrios ambientais são gritantes em todo o planeta Terra, desconfigurando assim qualquer idéia de controle que a humanidade acreditava ter sobre os recursos naturais. Primeiro o clima foi perdendo suas propriedades que dava identidade as quatro estações do ano como reforça Ab’sáber (2005) “os conceitos tradicionais para as quatro estações somente são válidos para as regiões que vão dos sub-trópicos até as faixas dos climas temperados” depois a sociedade vai percebendo que ela própria terá que carregar nas costas o peso de suas ações e por fim os exploradores dos recursos naturais percebem que aqueles recursos renováveis, além de não-renováveis estão surpreendentemente escassos.
Ao constatar tais as graves e notórias conseqüências dos problemas climáticos em sua situação econômica a sociedade industrial passa a promover os “reparos” como, por exemplo, os famosos Protocolos (kioto, Compenhague) os quais logo passam a serem como “pedras nos sapatos” das grandes potências econômicas as quais não estão dispostas a reduzirem seis altos níveis de produção e de consumo.
O capitalismo com sua perspicácia percebe que a preocupação como meio ambiente pode deixar de ser um percalço para se tornar também uma atividade lucrativa, então com exceção de uns poucos grupos de ambientalistas que levam a sério a maioria dos demais grupos (políticos, empresariais e industriais, etc.) procuram brechas para se beneficiarem com projetos bilionários totalmente alheios a sociedade civil que concordam e aceitam suas implantações por lhe serem apresentadas apenas seu lado positivo que “garante” a qualidade de vida da biomassa.
Entretanto pode-se enfocar neste parágrafo a sociedade cientista, a qual felizmente ainda representa “uma luz no fim do túnel” quando apresenta projetos de pesquisa ou a pesquisa já em andamento, buscando, por exemplo, novas fontes de energia como podemos citar a criação do “biocombustível” que também tem as suas desvantagens, mas nada que se compare a poluição atmosférica causada pelos combustíveis químicos; o que é mais lamentável nesse âmbito da sociedade científica é a disparidade de macroinvestimentos entre os projetos postos em prática pelos políticos e sua corporação e os microinvestimentos para os projetos científicos que em sua maioria não chegam a se concluir por falta de verbas ou por contrariarem os objetos da sociedade econômica.
É importante ressaltar que em meio a sociedade política das maiores potências pode-se destacar alguns ativistas nas questões ambientais e que surtiu efeitos realmente positivos no que diz respeito à sensibilização da sociedade mundial quando Gore (2007) esclarece duramente que “O aquecimento global é causado pela intensificação do efeito estufa que, por sua vez, é conseqüência do excesso da concentração de determinados gases na atmosfera, os chamados gases de efeito estufa, dentre eles o dióxido de carbono, o metano e o óxido nitroso. A principal fonte desses gases tem sido atribuída particularmente à queima de combustíveis fósseis e ao desmatamento” em seu documentário intitulado Uma Verdade inconveniente ele utiliza recursos audiovisuais de fácil compreensão e explora o lado positivo da mídia, conseguindo alcançar as mais diversas camadas sociais chegando ao ponto de ganhar o prêmio Nobel da paz pelo seu empenho pela preservação da vida. A interferência midiática para as mudanças climáticas e suas repercussões sociais e econômicas é um instrumento dual, pois à medida que pode contribuir significativamente para a “salvação do planeta” isto é dos habitantes deste, ou melhor, das condições que possibilitam a vida, a mídia também pode distorcer totalmente, através da contra-informação de modo a fazer com que a sociedade civil contribua pra dizimação de sua espécie em médio prazo.
Considera-se finalmente que independentemente das indiferenças do poderio econômico e ludibriação a qual a sociedade civil está submetida, as mudanças climáticas se aceleram a cada modernização e, portanto não nos deixa dúvidas de que a natureza entrará em colapso não mais num tempo geológico e sim que pode ser cronometrado pelo Homem, o que se espera pelo menos é que a humanidade tenha consciência de que suas ações causam reações incontroláveis na superfície terrestre.
Problemas sócio-ambientais nos grandes centros urbanos
BANDEIRA, Sâmia Érika Alves de Caldas
Dezembro 2009
A preocupante qualidade do meio ambiente nos grandes centros urbanos hoje é produto do desenvolvimento da industrialização o que acarretou graves problemas sociais, tanto na zona urbana quanto na rural.
Atualmente os inúmeros problemas ambientais urbanos são os principais fatores que afrontam a sociedade como um todo (civil, política e empresarial); alguns desses problemas são ainda decorrentes do início desse processo, como: processo desordenado, migrantes passando necessidade pelo desemprego, gerando aglomerados sub-normais engrossando os cinturões de pobreza, criminalidade, poluição do ar e da água como afirma Santos (1995) “infelizmente o estágio da globalização está produzindo ainda mais desigualdades. E, ao contrário do que se esperava crescem o desemprego, a pobreza, a fome, a criminalidade e a insegurança do cotidiano, num mundo que se fragmenta e onde se ampliam as fraturas sociais”.
A falta de planejamento nos grandes centros urbano como no caso de regiões metropolitanas apresentam conseqüências agravantes pelos altos índices populacionais, pelo crescimento vertical, pelas ocupações em áreas de risco de desabamento como morros e depressões, pelo alto número de veículos automotores causando horas de engarrafamento e poluição atmosférica, pela redução cada vez maior de áreas verdes e etc., todos esses problemas acarretam às mais diversas reações químicas e físicas nocivas a saúde dos seres vivos a partir do instante em que se fundem com os elementos presentes na natureza, pode-se citar algumas dessas reações: efeito estufa, chuva ácida, ilha de calor, inversão térmica e etc.
A produção exacerbada de resíduos sólidos, além de contaminarem os lençóis freáticos ainda contribuem relevantemente para a poluição visual cuja mancha urbana se prolifera também pela deteriorização dos patrimônios históricos e culturais. Outro problema urbano que afeta a saúde, a percepção populacional e as relações humanas no cotidiano é a poluição sonora.
Considera-se finalmente que os problemas ambientais urbanos são cíclicos e dinâmicos tanto quanto o sistema dinâmico da cidade em si, porém podendo se adequar melhor ao meio técnico-científico-informacional através de um Plano Diretor de modo que possa assegurar uma alta qualidade de vida para seus habitantes.
domingo, 24 de janeiro de 2010
Processos naturais na produção das paisagens do semi-árido brasileiro
BANDEIRA, Sâmia Érika A. de C.
Novembro 2009
Antes que o homem pudesse imprimir na paisagem suas identidades, a natureza já havia feito seus desenhos e obras de arte de proveniência certamente divina. Sabe-se que em meio às diversas interferências sócio-econômicas no meio ambiente existem os significativos e extremamente potentes processos naturais os quais são responsáveis pela produção e distinção originais da paisagem natural em toda superfície terrestre.
Em primeiro lugar, de acordo com Ab’sáber (2005) “não são nítidas as características das quatro estações do ano nas regiões equatoriais, sub-equatoriais e tropicais” o que confirma as variações climáticas no semi-árido.
Dos nove estados que formam a região nordeste do Brasil, oito fazem parte do semi-árido exceto o Maranhão que limita-se com a região norte e que compõe a Bacia Amazônica.
O fator principal para o desenho da paisagem natural é o clima o qual se apresenta de vários tipos de acordo com determinadas regiões das quais nos aprofundaremos aqui em relação ao semi-árido brasileiro.
O clima quente e seco denominado “clima semi-árido” embute na paisagem, feições diferenciadas no relevo da região e chuvas em diversos períodos do ano em quantidades muito distintas, chovendo de 300-500 mm/ano configurando uma escassez de água para vegetação, fauna e para o consumo humano. Vários rios cortam a região, no entanto a maioria deles são rios temporários os quais se enchem apenas em períodos chuvosos, sofrendo com a seca de oito a nove meses no ano.
Tais contrastes físicos e climáticos condicionam o aparecimento de diferentes vegetações dentre as quais o semi-árido está compreendido entre Caatinga e Cerrado cuja diversidade caatingueira apresenta uma vegetação xerófita (presença de espinhos, raízes profundas e armazenamento d’agua) predominando, portanto a Caatinga (arbustiva ou arbórea), porém na medida em que a altitude aumenta, também vai aumentando a incidência de chuvas no local, modificando assim a paisagem; o solo do semi-árido em sua predominância denomina-se Litossolo (um solo raso e pedregoso resultante de rochas cristalinas.
A Caatinga é a vegetação mais degradada do semi-árido tendo apenas 1% de área protegida e diferentemente dos demais semi-áridos espalhados pelo mundo o SA brasileiro é bem mais populoso comportando mais de 20 milhões de habitantes e apresentando os menores IDHs, porém representando um dos biomas mais resistentes do mundo.
Desertificação no Brasil: causas e conseqüências
As atuais pesquisas científicas vêm por meio dos seus resultados confirmarem que diversos problemas ambientais, muitos deles “rotulados” como processos “naturais”, os quais incidem sobre o ecossistema de uma forma geral são causados pela exacerbada exploração econômica a qual visando o lucro em curto prazo e tendo como base as conseqüências em longo prazo, vai dando continuidade a seu projeto catastrófico de modo a tornar a sociedade cada vez mais indiferente aos seus hábitos diários de destruição das condições que possibilitam a vida em nosso planeta.
Um dos problemas ambientais mais preocupantes hoje é o processo de desertificação o qual transforma em deserto, extensas áreas antes cultiváveis. Muitos fatores influenciam gradativamente para esse processo, são eles o manejo indevido do solo por parte da agropecuária que primeiro desmata para a prática da monocultura direcionada a exportação, usando práticas modernas de irrigação (nada sustentáveis), fertilização química e agrotóxicos, responsáveis pela lixiviação, salinização, alcalinização e erosão do solo como também a compactação deste pela atividade de pecuária extensiva e pelo peso do maquinário agrícola a qual interfere no ciclo hidrológico fazendo com que a precipitação seja maior que a evaporação (favorecendo enchentes) e contaminando os recursos hídricos, desde um lago até alcançar o lençol freático e o organismo humano. As queimadas além de degradarem o solo e contribuírem para o aquecimento global podem acelerar a desertificação devido o desaparecimento da fauna e da flora e conseqüentemente levar a perda total do patrimônio genético local transformando toda a região em um Núcleo de Desertificação.
No Brasil temos quatro Núcleos de Desertificação: em Gilbués-PI, Irauçuba-CE, Cabrobó-PE e Seridó-RN totalizando uma área de 18.743,5 km² em estágio caótico de desertificação.
Outra atividade além da agropecuária ocupa uma posição relevante no cenário da degradação do solo, trata-se do extrativismo, pois temos em nosso país extensas áreas de reservas ambientais, entretanto não estão devidamente seguras pelo Ministério do Meio Ambiente visto que muitas delas vêm sendo absurdamente devastadas como também exploradas por mineradoras que extraem suas matérias primas e suas gemas preciosas, chegando até mesmo a escravizar a mão-de-obra local e a lançar ao meio ambiente metais pesados altamente nocivos ao bioma, enquanto isso os grupos criminosos (nacionais e/ou estrangeiros) permanecem impune sob um esquema subserviente formado por indústrias multinacionais e instituições ligadas a “preservação”.
Considera-se finalmente que as atividades que degradam o solo são produzidas pelo capitalismo por serem altamente lucrativas e alavancarem o cenário econômico nacional aos patamares das grandes potências mundiais mesmo que tais lucros não garantam a qualidade de vida da população brasileira, no entanto é importante ressaltar que a agricultura familiar (sustentável e orgânica) é cada vez mais escassa em relação a economia mundial, mas ela representa 70% da produção agrícola no pais como explica Oliveira in Rossi (2003) “na agricultura o capital [...] ora ele controla a circulação dos produtos, ora se instala na produção”, o que vem mantendo o setor primário do país em equilíbrio econômico incluindo a policultura para o mercado interno porém essa lógica que vem dando resultado pode está beirando um colapso devido o alto índice de desertificação causado pelo monopólio agroindustrial.
Deste modo leva-nos a concluir que as conseqüências da desertificação não podem ser evitadas, o que se pode prevenir são suas causas, por meio da substituição de práticas gananciosas por outras mais sustentáveis que primeiro priorizem a dignidade humana e a preservação da natureza, pois esse é o único caminho para minimizar os insustentáveis problemas de ordem social onde se encontra mergulhado o nosso país.