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João Pessoa, PB, Brazil
Especialista em TERRITÓRIO: Planejamento Urbano e Ambiental, pela UEPB, anteriormente foi pesquisadora do PRONERA - Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Ciências Humanas (Geografia Geral e Cultural), atuando principalmente nos seguintes temas: Educação do Campo, Desenvolvimento Sustentável e Projetos Sociais

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

As mudanças climáticas e suas repercussões sociais e econômicas

BANDEIRA, Sâmia Érika Alves de Caldas

Janeiro 2010

Os desequilíbrios ambientais são gritantes em todo o planeta Terra, desconfigurando assim qualquer idéia de controle que a humanidade acreditava ter sobre os recursos naturais. Primeiro o clima foi perdendo suas propriedades que dava identidade as quatro estações do ano como reforça Ab’sáber (2005) “os conceitos tradicionais para as quatro estações somente são válidos para as regiões que vão dos sub-trópicos até as faixas dos climas temperados” depois a sociedade vai percebendo que ela própria terá que carregar nas costas o peso de suas ações e por fim os exploradores dos recursos naturais percebem que aqueles recursos renováveis, além de não-renováveis estão surpreendentemente escassos.

Ao constatar tais as graves e notórias conseqüências dos problemas climáticos em sua situação econômica a sociedade industrial passa a promover os “reparos” como, por exemplo, os famosos Protocolos (kioto, Compenhague) os quais logo passam a serem como “pedras nos sapatos” das grandes potências econômicas as quais não estão dispostas a reduzirem seis altos níveis de produção e de consumo.

O capitalismo com sua perspicácia percebe que a preocupação como meio ambiente pode deixar de ser um percalço para se tornar também uma atividade lucrativa, então com exceção de uns poucos grupos de ambientalistas que levam a sério a maioria dos demais grupos (políticos, empresariais e industriais, etc.) procuram brechas para se beneficiarem com projetos bilionários totalmente alheios a sociedade civil que concordam e aceitam suas implantações por lhe serem apresentadas apenas seu lado positivo que “garante” a qualidade de vida da biomassa.

Entretanto pode-se enfocar neste parágrafo a sociedade cientista, a qual felizmente ainda representa “uma luz no fim do túnel” quando apresenta projetos de pesquisa ou a pesquisa já em andamento, buscando, por exemplo, novas fontes de energia como podemos citar a criação do “biocombustível” que também tem as suas desvantagens, mas nada que se compare a poluição atmosférica causada pelos combustíveis químicos; o que é mais lamentável nesse âmbito da sociedade científica é a disparidade de macroinvestimentos entre os projetos postos em prática pelos políticos e sua corporação e os microinvestimentos para os projetos científicos que em sua maioria não chegam a se concluir por falta de verbas ou por contrariarem os objetos da sociedade econômica.

É importante ressaltar que em meio a sociedade política das maiores potências pode-se destacar alguns ativistas nas questões ambientais e que surtiu efeitos realmente positivos no que diz respeito à sensibilização da sociedade mundial quando Gore (2007) esclarece duramente que “O aquecimento global é causado pela intensificação do efeito estufa que, por sua vez, é conseqüência do excesso da concentração de determinados gases na atmosfera, os chamados gases de efeito estufa, dentre eles o dióxido de carbono, o metano e o óxido nitroso. A principal fonte desses gases tem sido atribuída particularmente à queima de combustíveis fósseis e ao desmatamento” em seu documentário intitulado Uma Verdade inconveniente ele utiliza recursos audiovisuais de fácil compreensão e explora o lado positivo da mídia, conseguindo alcançar as mais diversas camadas sociais chegando ao ponto de ganhar o prêmio Nobel da paz pelo seu empenho pela preservação da vida. A interferência midiática para as mudanças climáticas e suas repercussões sociais e econômicas é um instrumento dual, pois à medida que pode contribuir significativamente para a “salvação do planeta” isto é dos habitantes deste, ou melhor, das condições que possibilitam a vida, a mídia também pode distorcer totalmente, através da contra-informação de modo a fazer com que a sociedade civil contribua pra dizimação de sua espécie em médio prazo.

Considera-se finalmente que independentemente das indiferenças do poderio econômico e ludibriação a qual a sociedade civil está submetida, as mudanças climáticas se aceleram a cada modernização e, portanto não nos deixa dúvidas de que a natureza entrará em colapso não mais num tempo geológico e sim que pode ser cronometrado pelo Homem, o que se espera pelo menos é que a humanidade tenha consciência de que suas ações causam reações incontroláveis na superfície terrestre.